Sobre nós
A tela se constrói,
se expande,
se dilui
em constante
metamorfose sinestésica
A tinta sobre a tela, o quadro, a janela. Os múltiplos olhares de quem faz, quem interpreta e quem só observa. A tela do retrato emoldurado na parede ou a bela em filtro instagramável no ecrã. A moldura, a paisagem, o contexto. Numa tela os tipos se compunham, ganhavam tinta, viravam ideias distribuídas em tiragens. À luz da tela, zeros e uns se expandem em caracteres amplificados pela rede de quem se expressa, apela, denuncia, reduz, vocifera ou simplesmente passa pelo meme, o som, a fúria, o tempo. As grandes telas permanecem lá – destacadas em projeções de luz, à espera de quem vai mergulhar em uma história por ela enquanto as pequenas (não tão pequenas), rainhas das salas de estar por tantas décadas, sobrevivem on demand, entre as maratonas seriadas e as notícias de mazelas. A tela se constrói, se expande, se dilui em constante metamorfose sinestésica, mas seu nome permanece o mesmo. Talvez ela, a tela, seja apenas espelho que reflete o desejo humano do legado em que se projeta. Porque no fim, pode ser que todos nós não passemos disso - uma tela.