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Nação Zumbi: uma breve história

Foto do escritor: Sinestelas UFJFSinestelas UFJF

por Clara Gomes


Nascida em Recife, o Nação Zumbi é um dos maiores nomes da música brasileira e principal representante do movimento Mangue Beat.


Nação Zumbi em foto para a capa do disco “Afrociberdelia”.


Em 1991, era publicado o Manifesto Caranguejos com Cérebro, marco de início do movimento Manguebeat, idealizado por Chico Science. O texto escrito por Fred Quatro Zero, integrante da banda Mundo Livre S/A, fala principalmente sobre a importância de renovar a cena cultural e artística de Recife, cenário principal de todo o movimento.


Escultura “Carne da Minha Perna”, em Recife.



O Manguebeat denunciava a desigualdade social que assolava Recife, e promovia a cultura, que até o momento se encontrava escassa na cidade. Misturando estilos tradicionais de Pernambuco, como o Maracatu e a ciranda, com rock e hip hop. É considerado por muitos um dos movimentos mais influentes da música brasileira junto com a tropicália e tinha como símbolo o caranguejo, presente nos manguezais, ecossistema característico de Pernambuco.


E foi também em 1991, que ocorreu em Olinda o primeiro show do grupo que unia a banda de pós-punk Loustal e o bloco de samba-reggae Lamento Negro, na época liderada por Chico Science. Esta união deu início ao Chico Science e Nação Zumbi, principal nome do Manguebeat. A formação original da banda contava com Chico nos vocais, Jorge dü Peixe, Gilmar Bola 8, Gira e Marquinho nos tambores, Lucio Maia na guitarra , Dengue no baixo, Toca Ogam na percussão e Canhoto na caixa.


A banda assinou um contrato com a Sony Music e lançou em 1994 seu primeiro disco, Da Lama ao Caos. Nas letras, é possível ver a presença da proposta do manguebeat, com Recife sendo o cenário principal das críticas e apontamentos, além de evidenciar a mistura de estilos musicais. Apesar de atualmente ser considerado um dos melhores álbuns da música brasileira, o disco vendeu apenas 30 mil cópias nos primeiros meses e as canções não eram nem tocadas nas principais rádios do país, principalmente pelo fato de serem artistas fora do eixo Rio-São Paulo.





Foi somente quando as canções “A cidade” e “A praieira” integraram a trilha sonora de novelas da Rede Globo que o sucesso do Nação Zumbi começou. Seu segundo álbum, Afrociderlia, lançado em 1996, já refletia a atuação situação do grupo, e conta com o seu maior sucesso, Maracatu Atômico, cujo clipe foi sucesso na MTV Brasil. Além disso, o disco contou com a participação de Gilberto Gil e Marcelo D2.



Infelizmente, Chico Science faleceu em um acidente de carro no ano seguinte. Contudo, o Nação Zumbi continua na ativa até hoje, com Jorge Du Peixe assumindo os vocais, e algumas mudanças na formação desde então. Lançaram sete álbuns, sendo o último Radiola NZ Vol.1, de 2017, e seguem fazendo shows pelo Brasil e em outros países ao redor do globo.


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